segunda-feira, março 07, 2005

This is The End, my little friend, The End...

Brincandeirinha, Molecada,

Depois de algum tempo escrevendo em dois blogs (este e o "A Vida, O Universo e Tudo o Mais"), cheguei à conclusão de que acabo não mantendo nem um nem outro bem, logo, resolvi copiar os textos do "Filmes de Guerra, Canções de Amor" para o "A Vida..." e passar a publicar meus textos por lá. Os textos antigos já estão lá, mas sem os comentários, que vou tentar descobrir como faço para migrar. Não devo apagar este blog, mas a partir de hoje, 07/03/2005, só vou publicar no endereço abaixo:



Encontro vocês lá.

Um abraço e um beijo.

André

sábado, fevereiro 19, 2005

Constantine

Sou um fã confesso de filmes, livros e quadrinhos de terror e suspense. A prateleira de filmes de terror de uma locadora de filmes me encanta o mesmo tanto que me assusta - vamos lá, alguns filmes são tétricos. Pense comigo: como é que se produz um filme chamado Frankenfish? Pode ser até bom, mas esse vai ser no Supercine e pronto.

Mas eu quero mesmo é falar de um personagem que me atraiu nas primeiras estórias que li do Monstro do Pântano, da DC Comics, e que me deixou completamente encantado com o tom sárcastico, com o humor negro até o talo e com a humanidade da peça. Se você lê quadrinhos, aposto que você pensou em John Constantine!

Pois é, molecada, estreou ontem, nos Estados Unidos, o filme Constantine, baseado no personagem. Tenho que dizer, de cara, que acho que o ator certo para viver o John Constantine é o Johnny Depp. Dito isto, preciso confessar que as primeiras imagens que vi do Keanu Reeves encarnando o sujeito não ficaram tão ruins assim...

O fato é que desde que comecei a ouvir falar da produção de um longa metragem sobre o personagem fiquei completamente doido para ver o filme pronto. Ainda não consegui descobrir a data de lançamento no Brasil, mas tenho a impressão de que vou estar na fila no dia da estréia.

O único problema, até agora, é que quem assistiu o filme ontem já começou a comentar no IMDB e, bom, as críticas não foram nada animadoras. Estou na expectativa pelo filme e espero que não seja mais uma adaptação totalmente dispensável de HQs.

domingo, fevereiro 13, 2005

The Cooler - Quebrando a Banca

Molecada, vi esse filme ontem por conta da minha noiva ser fã do tiozinho Alec Baldwin (aliás de qualquer Baldwin...) - ok, ok, é brincadeira. De fato, já tinha ficado curioso com a estória do filme e quando soube que o Alec Baldwin foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (eu não lembrava) fiquei mais curioso ainda.

The Cooler - Quebrando a Banca é dirigido por Wayne Kramer, que também é co-autor do roteiro. A película conta, ainda, com um elenco para lá de estranho, se você olhar as carreiras desta troupe: William H. Macy (Bernie Lootz), Alec Baldwin (Shelly Kaplow) e Maria Bello (Natalie Belisario) formam o trio que conduz a estória.

Bernie é um empregado mais que especial do cassino Golden Shangri-la, é ele o Cooler, o cara que chega junto às mesas que estão perdendo dinheiro para interromper a maré de sorte do ganhador com sua presença: o verdadeiro sr. Pé-Frio, como é chamado na tradução para o português. Como seus "poderes" funcionam à perfeição, Lootz é um recurso mais que especial do cassino. O único problema é que o contrato do sr. Pé-Frio está para acabar e seu empregador (Shelly) não quer perder o rapaz. Nesse meio tempo, Bernie faz amizade, e até um pouco mais, com Natalie. Não há explicação para o efeito que Bernie tem sobre os jogadores, mas a cara do nosso anti-herói é tão depressiva (coisa que o Macy faz à perfeição) que se ele aparecesse do meu lado em qualquer lugar, eu saía correndo.

Ao mesmo tempo, Shelly recebe a visita de um dos sócios do cassino, Buddy Stafford (representado por Paul Sorvino) que acha que Shelly precisa modernizar os métodos de administração do cassino e traz um "reforço": Larry Sokolov (Ron Livingston), um sujeito limpinho, formado em Administração, e que tem por função tornar o Golden Shangri-la um cassino moderno. Reparem bem nos trajes do sr. Sokolov, enquanto Shelly mostra os métodos de gestão da velha guarda da jogatina.

É nesse quadro que o sr. Pé-Frio e Natalie se apaixonam. A cena em que Bernie acorda e descobre que Natalie não o deixou é particularmente contagiante. O que ninguém sabe é que quando Bernie se apaixona, sua má sorte o abandona e seu talento especial deixa de funcionar. Para complicar um pouco mais a estória, seu filho Mikey (Shawn Hatosy) aparece pedindo uma força por conta da namorada grávida.

Molecada, a estória começa meio estranha. Desse ponto em diante ela fica esquisita, tocante e surpreendente. O filme tem um final dos mais estranhos que eu já vi, nem tanto pela situação em si, mas pelo desenrolar da seqüência. Filme estranho, muito estranho, essa é uma boa definição para ele.

Filmado com imagens que têm um timbre de velhice, decadência (com cores e brilho um tanto esmaecidos), acompanhado por canções que dão o clima dos cassinos e com atores que se arriscam nesse roteiro estranho, como na cena em que William H. Macy e Maria Bello fazem sexo e dispensam os dublês de corpo ou nas cenas de violência protagonizadas pelo Alec Baldwin - que me surpreendeu sobremaneira, The Cooler - Quebrando a Banca é um filme que prende o espectador nos primeiros minutos e não o deixa sair da cadeira até o minuto final. Pode ser que você não goste da estória, dos personagens ou do desfecho, mas este é um grande filme.

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

And The Razzie Goes to... Mr. Kevin Costner

Molecada, vocês perceberam que eu adoro o tio Kevin Costner, certo? A boa notícia é que eu não estou sozinho. Tem muito mais gente neste mundinho que gosta de cinema e detesta o nosso amigo. Duvidam? Este seu amigo vai lhes poupar trabalho na tarefa de provar que o sr. Costner pode ser considerado uma sumidade em filmes ruins. Seja produzindo, escrevendo, dirigindo ou atuando (ou qualquer combinação dessas) ele manda bem... mal.

Querem a prova? Segue a lista das indicações e vitórias (?!) do homem, do mito no prêmio Framboesa de Ouro. A lista apresenta apenas as indicações nas quais o sr. Costner teve participação, assim, se o filme foi indicado por algo que nosso amigo não participe, não será listado abaixo. Os prêmios recebidos pelo ator estarão destacados em negrito. Vamos a ela:

1991
Pior Ator - Kevin Costner, Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões

1992
Pior Filme - O Guarda-Costas, Produtores: Lawrence Kasdan, Jim Wilson e Kevin Costner
Pior Ator - Kevin Costner, O Guarda-Costas
Pior novo astro - O Cabelo Curto de Kevin Costner, O Guarda-Costas

1994
Pior Filme - Wyatt Earp, Produtores: Jim Wilson, Kevin Costner e Lawrence Kasdan
Pior Ator - Kevin Costner, Wyatt Earp
Pior Remake ou Seqüência - Wyatt Earp, Produtores: Jim Wilson, Kevin Costner e Lawrence Kasdan
Pior par da tela - Kevin Costner e qualquer das suas três esposas, Wyatt Earp

1995
Pior Filme - Waterworld - O Segredo das Águas, Produtores: Charles Gordon, John Davis e Kevin Costner
Pior Ator - Kevin Costner, Waterworld - O Segredo das Águas
Pior Diretor - Kevin Reynolds (com pitacos indesejados de Kevin Costner), Waterworld - O Segredo das Águas

1997
Pior Filme - O Mensageiro, Produtores: Jim Wilson Steve Tisch e Kevin Costner.
Pior Ator - Kevin Costner, O Mensageiro
Pior Diretor - Kevin Costner, O Mensageiro


1999
Pior Ator - Kevin Costner, Por Amor e Uma Carta de Amor
Pior Ator do Século - Kevin Costner, O Mensageiro, Robin Hood, Waterworld, Wyatt Earp, etc.

2001
Pior Ator - Kevin Costner, 3000 milhas para o inferno
Pior Par da Tela - Kurt Russell seja com Kevin Costner ou Courtney Cox, 3000 milhas para o inferno

Agora, digam a verdade: é ou não é um senhor currículo?

Créditos:
1. Este post tem a co-autoria mais que especial de minha noiva, Mariele. A pergunta que não quer calar, ao final do post, é contribuição dela.

2. A filmografia completa do mito, com os títulos em português, pode ser encontrada no site Cineminha (não impliquem comigo, foi só uma coincidência), nesta página.

3. As indicações e prêmios foram retiradas do site oficial do Framboesa de Ouro. Diversão garantida aqui.

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Sideways

Molecada, deixa eu confessar: essa página ficou em branco por, pelo menos, uma hora e meia antes que eu me decidisse enrolar no começo deste post. É muito díficil falar de algo que você achou bom sem racionalizar, sabe? Foi assim, ontem à tarde, com Sideways - Entre umas e outras (mais um subtítulo infeliz para a nossa conta...) Tenho uma teoria maluca que diz que um filme realmente bom conquista quem o assiste independente do gênero. Esse filme maravilhoso confirma minha idéia.

Escrito com base no livro de Rex Pickett e dirigido por Alexander Payne, que também escreveu e dirigiu Eleição e Confissões de Schmidt e estrelado por Paul Giamatti, Thomas Haden Church, Virginia Madsen e Sandra Oh, conta uma semana da vida de Miles Raymond: a semana antes do casamento de seu grande amigo Jack, de quem Miles vai ser padrinho de casamento.

Como padrinho de casamento, Miles (Giamatti) resolve dar de presente a Jack (Haden Church) uma semana inesquecível, como despedida de solteiro, incluindo passeios por vinhas famosas da Califórnia, boa comida e golf. Bem, nosso amigo Jack tem outra idéia sobre a semana inesquecível antes do seu casamento e aí começam as complicações. Junte a isso o fato de Miles estar divorciado e sozinho há dois anos, ter esperanças de voltar para sua esposa e ter um livro que é continuamente recusado por toda e qualquer editora para o qual ele é enviado.

À medida que Jack começa a transformar o agradável passeio imaginado por Miles em sua festa de despedida, surgem Maya (Virginia Madsen), garçonete em um restaurante onde Miles costuma ir beber e comer em seus passeios na região e Stephanie (Sandra Oh), que trabalha em uma vinícola no roteiro dos dois amigos. Desses encontros resultam um caso tórrido entre Jack e Stephanie e o começo de uma bela estória de amor entre Miles e Maya.

O diretor trata essa estória quase banal com sutileza suficiente para que uma seqüência óbvia, que a maioria das pessoas tem certeza que vai acontecer, seja capaz de emocionar e com uma aversão pelos caminhos convencionais, conjugando diálogos, fotografia, cenários e a performance espetacular dos atores principais.

Tendo como pano de fundo esta semana, Payne discute a meia-idade, os medos de cada um de nós, os motivos pelos quais cada um chegou onde chegou e os caminhos que cada um de nós pode tomar. Amizade, amor, cumplicidade e coragem estão presentes nesta estória um tanto quanto triste para ser chamada puramente de comédia e alegre demais para ser chamada de drama. Sideways é um filme que não se deixa se classificar facilmente e que deixa o espectador entre a tristeza e alegria pelo destino, visível ou presumido, dos personagens. Um filme verdadeiramente agridoce.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Os Piores Filmes do Mundo

Tá certo, molecada, essa minha lista não é nenhuma novidade para quem me conhece. Acho que para que gosta de cinema também não vai sair nada novo aqui. Nem acho que eu vou surpreender ninguém.

(Será? Será?)

A verdade é que me lembrei de postar isso hoje por conta de uma situação engraçada que passei há algum tempo atrás, quando postei em uma área de comentários de cinema do jornal O Globo, que achei Anaconda a maior tranqueira já escrita/produzida/representada/exibida. Bom, um caro leitor d'O Globo me enxovalhou. Não sei porquê lembrei disso, mas... Segurem a peteca e sintam-se à vontade para reclamar, concordar, adicionar suas sugestões. Vamos nessa:

Anaconda (1997): esse é um clássico dos filmes péssimos. Um roteiro imbecil - quem é que não percebe que o sr. Paul Sarone, "vivido" por Jon Voight, tá armando alguma? Atores sofríveis. Já que Jennifer Lopez (ainda com nariz de batata) e Ice Cube não seguram nem velório como carpideiras... O melhor ator do filme, Eric Stoltz, teve uma performance excepcional: dormiu o filme todo com o um besouro que o mordeu na garganta, por dentro! Os defeitos especiais são de terceira categoria: quem é que não veria uma cobra de um metro de diâmetro que se arrasta "silenciosamente" pela floresta Amazônica? E ainda tem a anaconda acendendo por dentro enquanto come o Paul Sarone e a piscadinha do próprio ao ser regurgitado pela simpática cobra do título. E pensar que isso ainda ganhou uma continuação...

A Reconquista (2000)
: baseado na primeira parte do livro Campo de Batalha Terra, de L. Ron Hubbard, autor de ficção e fundador da Cientologia, da qual faz parte o "astro" deste filme "monstruoso", John Travolta, conseguiu arrancar gargalhadas histéricas deste que vos escreve, sem dó nem piedade. Resumo da estória: aliens maus invadem a Terra e a dominam, homens bons viram selvagens escravos, homens bons descobrem arsenal americano com 1000 anos de idade, todos os equipamentos funcionam e todos aprendem a montar bombas e pilotar caças com os manuais, os homens bons atacam os aliens maus e destroem parte do planeta dos aliens. Sem contar que John Travolta tentou fazer este filme durante tanto tempo, que quando ele conseguiu já não tinha mais idade para representar o herói e pegou o papel do chefe dos aliens (os Psylos). Imagine agora o seguinte: o herói chama-se Jonnie Goodboy Tyler e é representado por Barry Pepper (famoso quem?) e que os dois vilões aliens Terl (Travolta) e Ker (Forest Whitaker) andam com uns dreadlocks estilosos, roupas de couro e botas de plataforma com meio metro de altura, isso mesmo: os Psylos têm 3 metros de altura. O roteiro? Esqueça. É um clássico do lixão. Custou US$ 73.000.000,00 e rendeu US$ 21.400.000,00 (e pensar que EU contribui para isso...) Bom, Travolta até que tentou, mas ninguém, ninguém mesmo bancou a continuação dessa tralha.

Piranhas 2 (1981): bzzzzzzz! bzzzzzzz! bzzzzzz! Agora feche os olhos e imagine uma piranha voando atrás de você em seu barco, num resort no Caribe. Percebeu as enormes possibilidades cinematográficas desta idéia? James Cameron (esse mesmo, d'O Exterminador do Futuro, de Titanic) percebeu e dirigiu esta droga. Horrível, horrível, horrível e eu ainda tive que esperar passar na Sessão Coruja, séculos atrás!

Na companhia do Medo (2003)
: Minha noiva não gosta de filmes de terror, logo só os vejo no DVD. Confesso que entrei na fila para pegar esse aqui. Dirigido por Mathieu Kassovitz, que também dirigiu Rios Vermelhos e é estrelado por Halle Berry, Robert Downey Jr e Charles S. Dutton e contando ainda com Penélope Cruz, me deixou na maior expectativa. Bom, molecada, é uma droga. Não dá nem para rir, como no caso dos três anteriores. É algo como Sexto Sentido encontra 13 Fantasmas vendo um filme Super 8mm. Argh! Não vai nessa não que é esparro!

Dança com Lobos (1990): Esse sempre me pareceu que o tenente John Dunbar toma um murro de Pássaro Chutante (nem reclamem, a tradução literal é essa) na primavera e acorda no inverno seguinte tendo caso meio esquisito com uns lobos. Na minha terra, isso é chamado de Zoofilia. Antes que alguém pergunte, eu não gosto dos filmes do senhor Costner, à exceção d'O Mistério da Libélula. Já tentei assistir várias vezes e dormi em todas elas. Já desisti. Porque será que o Kevin Costner não desiste?

Solaris (2002): Li o livro quando era adolescente e quando soube que Steven Soderbergh iria filmá-lo fiquei animado, afinal a estória tem um fundo psicológico muito forte e a surpresa final é chocante. Bom, depois de ver o George Clooney se bater na nave inteira e mandar a mulher para o espaço, literalmente, uma meia-dúzia de vezes, comecei a querer dormir no cinema. O final é horrível, a estória, que se passa na órbita de um planeta desconhecido, onde acontecem as coisas mais esquisitas, foi mutilada e o grande lance do planeta (que eu não vou contar aqui) passa meio despercebido. Ah! Descobri, no IMDB, que o filme "só" tem 99 minutos. Nas minhas contas, durava umas três horas. Dizem que a tortura distorce a noção de tempo do indivíduo...

Bom, molecada, para fechar minha lista de Piores do Mundo, vem o filme, o mito, a cópia, a desgraceira total em forma de cinema, mais uma pérola do sr. Kevin Costner:

Mad Max, o bacalhau (também conhecido como Waterworld, de 1995): Se eu encontrasse o Mariner, ia ajudar a procurar a Terra Seca só para ver se tinha uma árvore para enforcá-lo. Caro, mal-escrito, mal-dirigido e longo, muito longo. Para mim é uma cópia sem-vergonha de Mad Max (que já não é grande coisa). O que tem bom nesse filme? Duas coisas: a Jeanne Tripplehorn num visual selvagem e descabelado que é nota 10 e aquelas duas palavras mágicas:

The End.

domingo, janeiro 30, 2005

Monsieur Daniel Auteuil

Meus 4 (quatro, isso mesmo) queridos leitores, quem anda lendo meus posts sabe que eu já citei o Monsieur Auteuil em dois comentários de filmes e que no último prometi falar mais sobre ele.

Auteuil nasceu em 24 de janeiro de 1950, em Alger, Algeria. De acordo com o IMDB, sua extensa carreira começa em 1974, na série de TV Les Fargeot, até onde sei, desconhecida no Brasil.

Trata-se de um ator ímpar. Capaz de transmitir sentimentos com um franzir dos olhos ou com um arremedo de sorriso amargo, como só ele é capaz de fazer. Não creio ter assistido sequer um décimo de tudo em que ele atuou, bem como conheço pouco da biografia dele. O que interessa, neste momento, para mim, é que os filmes que vi com ele figuram na lista dos melhores filmes que vi. Todos os filmes que vi com ele constam da minha lista de melhores! A lista a seguir não está em ordem cronológica, como costuma acontecer, mas na ordem em que os vi.

La Fille sur le pont (1999): batizado de "A Garota Sobre a Ponte", em português, este filme foi o primeiro que assisti com o ator, que representa Gabor, um atirador de facas cuja carreira entra em decadência e que tem o saudável hábito de procurar suas auxiliares de palco nas beiradas das pontes nas noites frias de Paris. Aqui ele vai do sisudo ao alegre, do hilário ao desesperado em questão de segundos. Uma dica: a última frase do filme explica e fecha a estória. O filme é dirigido por Patrice Leconte.

La Veuve de Saint-Pierre (2000): "A Viúva de Saint-Pierre", em português. Neste filme, Daniel representa Jean, um capitão da Marinha Francesa do século XIX, nas Antilhas, que aguarda a chegada da guilhotina para a execução de um condenado à morte por um assassinato cometido enquanto estava bêbado. Neste meio tempo, sua esposa (representada por Juliette Binoche) toma o prisioneiro como protegido. Essa ação faz a vida de Jean e sua esposa prosseguir um rumo que colocará à prova o amor, a dedicação e a capacidade de perdoar dos personagens. Também é dirigido por Patrice Leconte.

La Reine Margot (1994): aqui, Auteuil representa Henrique de Navarra, no filme que trata dos acontecimentos em torno do Massacre da Noite de São Bartolomeu, ocorrido na França, em 24 de agosto de 1572. Mais uma representação estupenda do ator, no roteiro baseado no livro de Alexandre Dumas, Pai e dirigido por Patrice Chérrau. Intitulado "A Rainha Margot" em português, o filme ainda conta com a participação de Isabelle Adjani (como Margot) e da lendária Virna Lisi (como Catarina de Médici).

Le Huitième Jour (1996): "O Oitavo Dia" conta a estória de Harry (Auteuil), um executivo que perde a família por viver concentrado apenas em seu trabalho. Ao dirigir-se para casa da ex-esposa para encontrar com suas filhas, por pouco não atropela Georges (magnificamente representado por Pascal Duquenne), que é portador da Síndrome de Down. Enquanto tenta devolver Georges à sua família, com pouco sucesso, e se reaproximar de suas filhas, Harry vai, aos poucos, aprendendo de que a vida é realmente feita. Dirigido por Jaco van Dormael, esse talvez tenha sido o filme que mais me fez chorar até hoje (tanto que, só de lembrar, os olhos estão cheios de lágrimas).

Le Placard (2001): Batizado em português como "O Closet", traz Daniel Auteuil como François Pignon, em uma comédia que simplesmente está entre as três melhores que já vi. O link no título aponta para um post anterior, que fala mais sobre o filme.

L'Adversaire (2002): Também já comentado neste blog, "O Adversário" traz Daniel como o atormentado Jean-Marc Faure, que após enganar a família por quase duas décadas, resolve matar a todos e tentar se matar para que sua farsa não seja descoberta. Como disse no post sobre o filme, essa deve ser a melhor atuação de Auteuil, no melhor drama que vi até hoje.

Enfim, trata-se de um ator único, que consegue transmitir credibilidade tanto na comédia quanto no romance ou no drama. Na minha opinião, é o melhor ator vivo, dentre aqueles cujo trabalho eu conheço. Talvez seja o melhor ator de todos os tempos.

O Closet

Molecada, tava no Fórum do site Garotas que dizem Ni, e uma amiga tava contando que assistiu, pela segunda vez, O Closet, com Gérard Depardieu e Daniel Auteuil, entre outros. Para quem lê esse blog com alguma freqüência já deve ter percebido que o sr. Auteuil é um dos meus atores prediletos. No próximo post falo mais sobre isso.

O filme conta a estória de François Pignon (Auteuil), um sujeito mais que comum, quase medíocre, que separou-se da mulher, cujo filho o detesta, achando-o um verdadeiro mané (bom, para dizer a verdade, ele é um mané). Além de ter perdido sua família, Pignon é tratado como um quase nada no ambiente de trabalho, a ponto de ser empurrado e sair pela metade na foto anual dos funcionários da fábrica onde ele trabalha. A fábrica produz camisinhas.

Como se não bastasse, Pignon está próximo de ser demitido, devido a um corte de custos. Acontece dele saber antes de ser comunicado e, conversando com um novo vizinho, surge a idéia de que nosso (anti-)herói finja ser homossexual e dificulte sua demissão, já que se o caso for tratado como discriminação, o produto da empresa vai acabar manchado no mercado... Aí entra Félix Santini (Depardieu) como um funcionário machão e brutamontes. Bom, o que é que vocês imaginam que vai acontecer? Garanto a vocês, vai ser pior e mais hilário do que vocês sejam capazes de imaginar.

O filme é escrito e dirigido por Francis Veber, que eu não conhecia e que toca essa comédia fantástica com leveza e mão certeira. Pelo que consta no IMDB, existe uma versão americana anunciada baseada no script do diretor. Duvido que seja melhor que o original.

sábado, janeiro 29, 2005

Donnie Darko

Molecada, antes de falar qualquer coisa sobre esse filme, vou confessar que é um dos filmes mais surpreendentes que já vi. E também que tenho um medo enorme de fazer um comentário que não fique à altura do filme.

Vamos à bolacha: Donnie Darko é um adolescente típico de classe média americana que, de repente, passa a ter visões de um coelho gigante que ordena que ele faça determinadas coisas. Em uma das primeiras seqüências, o coelho ordena que Donnie (vivido por Jack Gyllenhall) saia do seu quarto e vá para fora da casa. Nosso amigo obedece e, ato contínuo, uma turbina de avião cai sobre a casa, atingindo o quarto de Donnie. A FAA (o equivalente americano do DAC) investiga o acidente mas não consegue encontrar o avião que perdeu a tal turbina.

Avançando um pouco na estória, Donnie conhece Gretchen Ross (Jena Malone), garota nova na cidade e se interessa por ela, como seria normal. Ao mesmo tempo, começa a ter visões do que ele imagina serem linhas de tempo que as pessoas seguem em suas ações. Além disso, os encontros de Donnie e Frank (o coelho gigante) se intensificam, bem como os diálogos que começam a esclarecer a estória do filme. Preste bastante atenção na conversa entre Donnie e professor Kenneth (Noah Wyle) ou você talvez tenha que rever o filme para entender o que está acontecendo.

Fica muito díficil falar de Donnie Darko sem entregar alguma pista da estória e estragar a surpresa final. Só posso dizer uma coisa: nenhum filme mexendo com a idéia de tempo conseguiu ser tão bem amarrado no final.

Além da estória, os velhinhos (de 30 anos para cima) ainda têm mais um motivo para ver o filme: músicas como Killing Moon (do Echo and the Bunnymen), Head Over Heels (Tears for Fears), Notorius (Duran Duran), Love Will Tear Us Apart (Joy Division, mas dessa eu sou suspeito para falar) e Mad World (também do Tears for Fears) fazem parte da trilha sonora, mas não estão ali para enfeitar. Se você conhece as letras dessas músicas, vai perceber que elas fazem parte da narrativa.

Donnie Darko é um filme de suspense e ficção com uma estória prá lá de surpreendente e bem amarrada. Você quer saber de que avião caiu aquela turbina do começo da estória? Passe na locadora, alugue o filme e descubra como essa confusão toda começa.

Cake

E aí, molecada? Conhecem a banda do título do post? Se conhecem, reforçam a teoria de que eu fui a última pessoa do planeta a conhecê-la, se não conhecem, estão perdendo uma das bandas mais legais do final do século passado.

Conheci esta banda por acaso, em uma madrugada de insônia, onde sobrou apenas a MTV como companhia e tive a sorte de me deparar com o clip da versão deles para o I Will Survive, do disco Fashion Nugget, de 1999. Essa versão conseguiu a proeza de ser melhor que o original! Esse disco tem ainda uma versão para um bolero bem conhecido nosso, cujo nome em inglês é Perhaps, Perhaps, Perhaps. (Sim, é essa mesmo que a senhora está pensando!)

Além dessas duas músicas, os três discos lançados pela banda: Prolonging the Magic, de 1998 e Comfort Eagle, de 2001, além do já citado Fashion Nugget, apresentam músicas pop simplesmente deliciosas, com letras caprichadas e títulos como "Frank Sinatra", "Italian Leather Sofa", "Sad Songs and Waltzes", "Meanwhile, Rick James..." e "Short Skirt/Long Jacket".

Os discos da banda podem ser ouvidos na Rádio Terra. Quando encontrei os discos por lá, acabei ouvindo os três em seqüência. São muito bons.