sábado, fevereiro 19, 2005

Constantine

Sou um fã confesso de filmes, livros e quadrinhos de terror e suspense. A prateleira de filmes de terror de uma locadora de filmes me encanta o mesmo tanto que me assusta - vamos lá, alguns filmes são tétricos. Pense comigo: como é que se produz um filme chamado Frankenfish? Pode ser até bom, mas esse vai ser no Supercine e pronto.

Mas eu quero mesmo é falar de um personagem que me atraiu nas primeiras estórias que li do Monstro do Pântano, da DC Comics, e que me deixou completamente encantado com o tom sárcastico, com o humor negro até o talo e com a humanidade da peça. Se você lê quadrinhos, aposto que você pensou em John Constantine!

Pois é, molecada, estreou ontem, nos Estados Unidos, o filme Constantine, baseado no personagem. Tenho que dizer, de cara, que acho que o ator certo para viver o John Constantine é o Johnny Depp. Dito isto, preciso confessar que as primeiras imagens que vi do Keanu Reeves encarnando o sujeito não ficaram tão ruins assim...

O fato é que desde que comecei a ouvir falar da produção de um longa metragem sobre o personagem fiquei completamente doido para ver o filme pronto. Ainda não consegui descobrir a data de lançamento no Brasil, mas tenho a impressão de que vou estar na fila no dia da estréia.

O único problema, até agora, é que quem assistiu o filme ontem já começou a comentar no IMDB e, bom, as críticas não foram nada animadoras. Estou na expectativa pelo filme e espero que não seja mais uma adaptação totalmente dispensável de HQs.

domingo, fevereiro 13, 2005

The Cooler - Quebrando a Banca

Molecada, vi esse filme ontem por conta da minha noiva ser fã do tiozinho Alec Baldwin (aliás de qualquer Baldwin...) - ok, ok, é brincadeira. De fato, já tinha ficado curioso com a estória do filme e quando soube que o Alec Baldwin foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (eu não lembrava) fiquei mais curioso ainda.

The Cooler - Quebrando a Banca é dirigido por Wayne Kramer, que também é co-autor do roteiro. A película conta, ainda, com um elenco para lá de estranho, se você olhar as carreiras desta troupe: William H. Macy (Bernie Lootz), Alec Baldwin (Shelly Kaplow) e Maria Bello (Natalie Belisario) formam o trio que conduz a estória.

Bernie é um empregado mais que especial do cassino Golden Shangri-la, é ele o Cooler, o cara que chega junto às mesas que estão perdendo dinheiro para interromper a maré de sorte do ganhador com sua presença: o verdadeiro sr. Pé-Frio, como é chamado na tradução para o português. Como seus "poderes" funcionam à perfeição, Lootz é um recurso mais que especial do cassino. O único problema é que o contrato do sr. Pé-Frio está para acabar e seu empregador (Shelly) não quer perder o rapaz. Nesse meio tempo, Bernie faz amizade, e até um pouco mais, com Natalie. Não há explicação para o efeito que Bernie tem sobre os jogadores, mas a cara do nosso anti-herói é tão depressiva (coisa que o Macy faz à perfeição) que se ele aparecesse do meu lado em qualquer lugar, eu saía correndo.

Ao mesmo tempo, Shelly recebe a visita de um dos sócios do cassino, Buddy Stafford (representado por Paul Sorvino) que acha que Shelly precisa modernizar os métodos de administração do cassino e traz um "reforço": Larry Sokolov (Ron Livingston), um sujeito limpinho, formado em Administração, e que tem por função tornar o Golden Shangri-la um cassino moderno. Reparem bem nos trajes do sr. Sokolov, enquanto Shelly mostra os métodos de gestão da velha guarda da jogatina.

É nesse quadro que o sr. Pé-Frio e Natalie se apaixonam. A cena em que Bernie acorda e descobre que Natalie não o deixou é particularmente contagiante. O que ninguém sabe é que quando Bernie se apaixona, sua má sorte o abandona e seu talento especial deixa de funcionar. Para complicar um pouco mais a estória, seu filho Mikey (Shawn Hatosy) aparece pedindo uma força por conta da namorada grávida.

Molecada, a estória começa meio estranha. Desse ponto em diante ela fica esquisita, tocante e surpreendente. O filme tem um final dos mais estranhos que eu já vi, nem tanto pela situação em si, mas pelo desenrolar da seqüência. Filme estranho, muito estranho, essa é uma boa definição para ele.

Filmado com imagens que têm um timbre de velhice, decadência (com cores e brilho um tanto esmaecidos), acompanhado por canções que dão o clima dos cassinos e com atores que se arriscam nesse roteiro estranho, como na cena em que William H. Macy e Maria Bello fazem sexo e dispensam os dublês de corpo ou nas cenas de violência protagonizadas pelo Alec Baldwin - que me surpreendeu sobremaneira, The Cooler - Quebrando a Banca é um filme que prende o espectador nos primeiros minutos e não o deixa sair da cadeira até o minuto final. Pode ser que você não goste da estória, dos personagens ou do desfecho, mas este é um grande filme.

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

And The Razzie Goes to... Mr. Kevin Costner

Molecada, vocês perceberam que eu adoro o tio Kevin Costner, certo? A boa notícia é que eu não estou sozinho. Tem muito mais gente neste mundinho que gosta de cinema e detesta o nosso amigo. Duvidam? Este seu amigo vai lhes poupar trabalho na tarefa de provar que o sr. Costner pode ser considerado uma sumidade em filmes ruins. Seja produzindo, escrevendo, dirigindo ou atuando (ou qualquer combinação dessas) ele manda bem... mal.

Querem a prova? Segue a lista das indicações e vitórias (?!) do homem, do mito no prêmio Framboesa de Ouro. A lista apresenta apenas as indicações nas quais o sr. Costner teve participação, assim, se o filme foi indicado por algo que nosso amigo não participe, não será listado abaixo. Os prêmios recebidos pelo ator estarão destacados em negrito. Vamos a ela:

1991
Pior Ator - Kevin Costner, Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões

1992
Pior Filme - O Guarda-Costas, Produtores: Lawrence Kasdan, Jim Wilson e Kevin Costner
Pior Ator - Kevin Costner, O Guarda-Costas
Pior novo astro - O Cabelo Curto de Kevin Costner, O Guarda-Costas

1994
Pior Filme - Wyatt Earp, Produtores: Jim Wilson, Kevin Costner e Lawrence Kasdan
Pior Ator - Kevin Costner, Wyatt Earp
Pior Remake ou Seqüência - Wyatt Earp, Produtores: Jim Wilson, Kevin Costner e Lawrence Kasdan
Pior par da tela - Kevin Costner e qualquer das suas três esposas, Wyatt Earp

1995
Pior Filme - Waterworld - O Segredo das Águas, Produtores: Charles Gordon, John Davis e Kevin Costner
Pior Ator - Kevin Costner, Waterworld - O Segredo das Águas
Pior Diretor - Kevin Reynolds (com pitacos indesejados de Kevin Costner), Waterworld - O Segredo das Águas

1997
Pior Filme - O Mensageiro, Produtores: Jim Wilson Steve Tisch e Kevin Costner.
Pior Ator - Kevin Costner, O Mensageiro
Pior Diretor - Kevin Costner, O Mensageiro


1999
Pior Ator - Kevin Costner, Por Amor e Uma Carta de Amor
Pior Ator do Século - Kevin Costner, O Mensageiro, Robin Hood, Waterworld, Wyatt Earp, etc.

2001
Pior Ator - Kevin Costner, 3000 milhas para o inferno
Pior Par da Tela - Kurt Russell seja com Kevin Costner ou Courtney Cox, 3000 milhas para o inferno

Agora, digam a verdade: é ou não é um senhor currículo?

Créditos:
1. Este post tem a co-autoria mais que especial de minha noiva, Mariele. A pergunta que não quer calar, ao final do post, é contribuição dela.

2. A filmografia completa do mito, com os títulos em português, pode ser encontrada no site Cineminha (não impliquem comigo, foi só uma coincidência), nesta página.

3. As indicações e prêmios foram retiradas do site oficial do Framboesa de Ouro. Diversão garantida aqui.

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Sideways

Molecada, deixa eu confessar: essa página ficou em branco por, pelo menos, uma hora e meia antes que eu me decidisse enrolar no começo deste post. É muito díficil falar de algo que você achou bom sem racionalizar, sabe? Foi assim, ontem à tarde, com Sideways - Entre umas e outras (mais um subtítulo infeliz para a nossa conta...) Tenho uma teoria maluca que diz que um filme realmente bom conquista quem o assiste independente do gênero. Esse filme maravilhoso confirma minha idéia.

Escrito com base no livro de Rex Pickett e dirigido por Alexander Payne, que também escreveu e dirigiu Eleição e Confissões de Schmidt e estrelado por Paul Giamatti, Thomas Haden Church, Virginia Madsen e Sandra Oh, conta uma semana da vida de Miles Raymond: a semana antes do casamento de seu grande amigo Jack, de quem Miles vai ser padrinho de casamento.

Como padrinho de casamento, Miles (Giamatti) resolve dar de presente a Jack (Haden Church) uma semana inesquecível, como despedida de solteiro, incluindo passeios por vinhas famosas da Califórnia, boa comida e golf. Bem, nosso amigo Jack tem outra idéia sobre a semana inesquecível antes do seu casamento e aí começam as complicações. Junte a isso o fato de Miles estar divorciado e sozinho há dois anos, ter esperanças de voltar para sua esposa e ter um livro que é continuamente recusado por toda e qualquer editora para o qual ele é enviado.

À medida que Jack começa a transformar o agradável passeio imaginado por Miles em sua festa de despedida, surgem Maya (Virginia Madsen), garçonete em um restaurante onde Miles costuma ir beber e comer em seus passeios na região e Stephanie (Sandra Oh), que trabalha em uma vinícola no roteiro dos dois amigos. Desses encontros resultam um caso tórrido entre Jack e Stephanie e o começo de uma bela estória de amor entre Miles e Maya.

O diretor trata essa estória quase banal com sutileza suficiente para que uma seqüência óbvia, que a maioria das pessoas tem certeza que vai acontecer, seja capaz de emocionar e com uma aversão pelos caminhos convencionais, conjugando diálogos, fotografia, cenários e a performance espetacular dos atores principais.

Tendo como pano de fundo esta semana, Payne discute a meia-idade, os medos de cada um de nós, os motivos pelos quais cada um chegou onde chegou e os caminhos que cada um de nós pode tomar. Amizade, amor, cumplicidade e coragem estão presentes nesta estória um tanto quanto triste para ser chamada puramente de comédia e alegre demais para ser chamada de drama. Sideways é um filme que não se deixa se classificar facilmente e que deixa o espectador entre a tristeza e alegria pelo destino, visível ou presumido, dos personagens. Um filme verdadeiramente agridoce.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Os Piores Filmes do Mundo

Tá certo, molecada, essa minha lista não é nenhuma novidade para quem me conhece. Acho que para que gosta de cinema também não vai sair nada novo aqui. Nem acho que eu vou surpreender ninguém.

(Será? Será?)

A verdade é que me lembrei de postar isso hoje por conta de uma situação engraçada que passei há algum tempo atrás, quando postei em uma área de comentários de cinema do jornal O Globo, que achei Anaconda a maior tranqueira já escrita/produzida/representada/exibida. Bom, um caro leitor d'O Globo me enxovalhou. Não sei porquê lembrei disso, mas... Segurem a peteca e sintam-se à vontade para reclamar, concordar, adicionar suas sugestões. Vamos nessa:

Anaconda (1997): esse é um clássico dos filmes péssimos. Um roteiro imbecil - quem é que não percebe que o sr. Paul Sarone, "vivido" por Jon Voight, tá armando alguma? Atores sofríveis. Já que Jennifer Lopez (ainda com nariz de batata) e Ice Cube não seguram nem velório como carpideiras... O melhor ator do filme, Eric Stoltz, teve uma performance excepcional: dormiu o filme todo com o um besouro que o mordeu na garganta, por dentro! Os defeitos especiais são de terceira categoria: quem é que não veria uma cobra de um metro de diâmetro que se arrasta "silenciosamente" pela floresta Amazônica? E ainda tem a anaconda acendendo por dentro enquanto come o Paul Sarone e a piscadinha do próprio ao ser regurgitado pela simpática cobra do título. E pensar que isso ainda ganhou uma continuação...

A Reconquista (2000)
: baseado na primeira parte do livro Campo de Batalha Terra, de L. Ron Hubbard, autor de ficção e fundador da Cientologia, da qual faz parte o "astro" deste filme "monstruoso", John Travolta, conseguiu arrancar gargalhadas histéricas deste que vos escreve, sem dó nem piedade. Resumo da estória: aliens maus invadem a Terra e a dominam, homens bons viram selvagens escravos, homens bons descobrem arsenal americano com 1000 anos de idade, todos os equipamentos funcionam e todos aprendem a montar bombas e pilotar caças com os manuais, os homens bons atacam os aliens maus e destroem parte do planeta dos aliens. Sem contar que John Travolta tentou fazer este filme durante tanto tempo, que quando ele conseguiu já não tinha mais idade para representar o herói e pegou o papel do chefe dos aliens (os Psylos). Imagine agora o seguinte: o herói chama-se Jonnie Goodboy Tyler e é representado por Barry Pepper (famoso quem?) e que os dois vilões aliens Terl (Travolta) e Ker (Forest Whitaker) andam com uns dreadlocks estilosos, roupas de couro e botas de plataforma com meio metro de altura, isso mesmo: os Psylos têm 3 metros de altura. O roteiro? Esqueça. É um clássico do lixão. Custou US$ 73.000.000,00 e rendeu US$ 21.400.000,00 (e pensar que EU contribui para isso...) Bom, Travolta até que tentou, mas ninguém, ninguém mesmo bancou a continuação dessa tralha.

Piranhas 2 (1981): bzzzzzzz! bzzzzzzz! bzzzzzz! Agora feche os olhos e imagine uma piranha voando atrás de você em seu barco, num resort no Caribe. Percebeu as enormes possibilidades cinematográficas desta idéia? James Cameron (esse mesmo, d'O Exterminador do Futuro, de Titanic) percebeu e dirigiu esta droga. Horrível, horrível, horrível e eu ainda tive que esperar passar na Sessão Coruja, séculos atrás!

Na companhia do Medo (2003)
: Minha noiva não gosta de filmes de terror, logo só os vejo no DVD. Confesso que entrei na fila para pegar esse aqui. Dirigido por Mathieu Kassovitz, que também dirigiu Rios Vermelhos e é estrelado por Halle Berry, Robert Downey Jr e Charles S. Dutton e contando ainda com Penélope Cruz, me deixou na maior expectativa. Bom, molecada, é uma droga. Não dá nem para rir, como no caso dos três anteriores. É algo como Sexto Sentido encontra 13 Fantasmas vendo um filme Super 8mm. Argh! Não vai nessa não que é esparro!

Dança com Lobos (1990): Esse sempre me pareceu que o tenente John Dunbar toma um murro de Pássaro Chutante (nem reclamem, a tradução literal é essa) na primavera e acorda no inverno seguinte tendo caso meio esquisito com uns lobos. Na minha terra, isso é chamado de Zoofilia. Antes que alguém pergunte, eu não gosto dos filmes do senhor Costner, à exceção d'O Mistério da Libélula. Já tentei assistir várias vezes e dormi em todas elas. Já desisti. Porque será que o Kevin Costner não desiste?

Solaris (2002): Li o livro quando era adolescente e quando soube que Steven Soderbergh iria filmá-lo fiquei animado, afinal a estória tem um fundo psicológico muito forte e a surpresa final é chocante. Bom, depois de ver o George Clooney se bater na nave inteira e mandar a mulher para o espaço, literalmente, uma meia-dúzia de vezes, comecei a querer dormir no cinema. O final é horrível, a estória, que se passa na órbita de um planeta desconhecido, onde acontecem as coisas mais esquisitas, foi mutilada e o grande lance do planeta (que eu não vou contar aqui) passa meio despercebido. Ah! Descobri, no IMDB, que o filme "só" tem 99 minutos. Nas minhas contas, durava umas três horas. Dizem que a tortura distorce a noção de tempo do indivíduo...

Bom, molecada, para fechar minha lista de Piores do Mundo, vem o filme, o mito, a cópia, a desgraceira total em forma de cinema, mais uma pérola do sr. Kevin Costner:

Mad Max, o bacalhau (também conhecido como Waterworld, de 1995): Se eu encontrasse o Mariner, ia ajudar a procurar a Terra Seca só para ver se tinha uma árvore para enforcá-lo. Caro, mal-escrito, mal-dirigido e longo, muito longo. Para mim é uma cópia sem-vergonha de Mad Max (que já não é grande coisa). O que tem bom nesse filme? Duas coisas: a Jeanne Tripplehorn num visual selvagem e descabelado que é nota 10 e aquelas duas palavras mágicas:

The End.